Posicionamento e tempo são variáveis geodésicas com vasta utilidade. Podem ser determinadas por diferentes formas e para diferentes objetivos, usando diferentes instrumentos. Atualmente predominam tecnologias de posicionamento a partir do espaço: o posicionamento geodésico por satélites artificiais, cuja constelação mais conhecida do público é o GPS.
Possuindo a capacidade de se localizar e marcar o tempo com rapidez, inúmeras possibilidades se abrem á frente, por exemplo: de ir e vir ao mesmo local; divulgar o local em que estamos e determinar trajetórias por onde passamos. Podendo ainda usa-la para resgatar a lo calização eventos do passado e prever onde poderão ocorrer no futuro. Estas são algumas das utilidades mais previsíveis.
Genericamente, nos EUA, a estes modernos serviços dependentes do posicionamento se atribuiu a sigla PNT services, de Positioning Navigation and Timing services.
Sendo originalmente um programa militar secreto, o sistema GPS não foi criado para fornecer serviços de tempo e localização geodésica para o setor civil (PNT). Esta tecnologia começou a se desenvolver em meados da década de 1960. Na década seguinte havia dois projetos (U.S. Navy´s TIMATION e o U.S. Air Force 621B) se desenvolvendo nos Estados Unidos. Estes foram fundidos com o nome de Navigation Satellite Time and Ranging / Global Positioning System (NAVSTAR/GPS), mais conhecido por nós como GPS.
Segundo informa o periódico InsideGNSS, o uso civil somente foi possível quando Ronald Reagan decidiu revelar a constelação e suas capacidades em 1983, depois que a União Soviética derrubou o voo 007 da Korean Air Lines, um avião de passageiros em curso sobre o território soviético devido a erros de navegação.
Uma vez que os recursos PNT básicos disponíveis do GPS se tornaram conhecidos - especialmente seus dados de tempo, altamente precisos - eles foram gradualmente adotados pelo setor privado para uma variedade de aplicações, incluindo a sincronização de serviços de telefone celular, computador, redes e sistemas financeiros.
Naquela época, mesmo tendo a capacidade limitada de se conhecer a localização instantânea com erro de 100 m e o tempo dentro de 1 ms, abriram-se inúmeras possibilidades de aplicação. Em 2001 um novo ato presidencial aboliu o dispositivo de SA (Selective Availability), permitindo que o usuário civil obtivesse serviços mais acurados em tempo real. Posteriormente significativos melhoramentos nos sistemas de referência e na eletrônica de satélites e receptores conquistaram maior ganho de qualidade, de forma que, em modo absoluto de posicionamento pôde-se atingir poucos metros de erros em posição. Vale aqui lembrar que temos dois métodos básicos de posicionamento nestas tecnologias o absoluto e o relativo.
Contudo as aplicações geodésicas com maior acurácia (0,1 a 0,005 m) como a realização de redes geodésicas, redes de referências para levantamentos topográficos, georreferenciamento de imóveis, levantamentos hidrográficos, guiamento preciso de veículos, posicionamento de plataformas entre outras atividades, necessitavam de estratégias mais sofisticadas para o cancelamento ou a redução de fontes de erros nas observações dos sinais emitidos pelos satélites (observáveis). Portanto para tais objetivos ainda se requer tempo maior de coleta de dados, processamento e tratamento. Por outro lado, muito se desenvolveu até os dias de hoje, quando então, temos acesso a redes geodésicas ativas e modelagens capazes de fornecer correções satisfatórias para muitos usos acurados, inclusive em tempo real.
À medida que esta tecnologia foi absorvida e incorporada tornou-se uma utilidade (utility). Portanto, nos dias atuais, configura-se, uma grande dependência mundial dos serviços PNT. Havendo problemas ou ataques a estes sistemas, teremos problemas nos mais variados serviços. Para que você tenha uma amostra do nível de transtorno, mantenha seu celular sem a capacidade de se localizar por apenas um dia e tente acessar serviços como o Uber, por exemplo.
Seguindo os passos norte americanos na década de 70, a União Soviética já vinha preparando o seu sistema de posicionamento por satélite (GLONASS), em seguida se posicionaram União Europeia (GALILEO), China (BEIDOU ou COMPASS), Japão (QZSS) e Índia (IRNS), estes dois de cunho regional. A disponibilidade destes sistemas é denominada de GNSS ou Global Navigation System. Várias marcas de celulares incorporam já a capacidade de se posicionar por GNSS, não mais somente com GPS.
Conforme a nova ordem executiva da Casa Branca o governo federal Norte Americano estabeleceu o prazo de um ano para que se desenvolvam e testem perfis para o uso responsável de posicionamento, navegação e tempo baseados no espaço (PNT) — melhores práticas deverão ser incorporadas como condições para contratações federais relativas a fornecedores críticos de infraestrutura.
"A segurança nacional e econômica dos Estados Unidos depende do funcionamento confiável e eficiente da infraestrutura crítica", disse a ordem executiva, assinada pelo presidente Donald Trump em 12 de fevereiro. "Desde que os Estados Unidos disponibilizaram o Sistema de Posicionamento Global em todo o mundo, os serviços de posicionamento, navegação e tempo (PNT) fornecidos por sistemas espaciais tornaram-se uma utilidade amplamente invisível para tecnologia e infraestrutura, incluindo a rede elétrica, a infraestrutura de comunicações, os dispositivos móveis, todos os modos de transporte, agricultura de precisão, previsão do tempo e resposta de emergência. Devido à adoção generalizada dos serviços PNT, a interrupção ou manipulação desses serviços tem o potencial de afetar negativamente a segurança nacional e econômica dos Estados Unidos. Para fortalecer a resiliência nacional, o governo federal deve fomentar o uso responsável dos serviços PNT por proprietários e operadores críticos de infraestrutura."
Com esta ação o país procura iniciar um programa que visa mitigar os eventuais efeitos provocados por bloqueios intencionais ou mesmo naturais da capacidade de operação dos serviços baseados em PNT, que tem um poder de solucionar ou provocar grandes problemas a humanidade.
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